Um homem nunca poderá ser
completamente feliz, pois se um dia encontrar a felicidade plena, perderá a
razão de ser.
O sentido da vida de um ser
humano está pautado em sua eterna busca pela felicidade. Se atingir seu objetivo,
sua existência perde o sentido, logo, restam apenas duas soluções: a morte ou o
retorno ao estado de infelicidade. O indivíduo está, portanto, condenado a ser
infeliz.
Dentro da infelicidade
constante existem momentos de catarse, que podem ser chamados de “estado de
euforia”. Acontece quando se alcança temporariamente algum objetivo que nos
causa satisfação. Então, quando se está supostamente feliz, não houve um
encontro com a felicidade de fato, mas um momento satisfatório que proporciona
êxtase ao homem.
Um dos elementos considerados
essenciais pelo próprio ser humano para ser feliz é a estabilidade. Busca-se
estabilidade financeira, emocional, social como meio de se obter
felicidade/satisfação. Nesse sentido, toda e qualquer ação que desestabilize
essa homeostase comportamental é vista como ameaçadora, gerando o medo da
mudança, tornando o homem covarde.
Desse modo, a relação
covardia-infelicidade é mútua, onde o medo de mudar é o motor do insucesso
humano. A alteração do hábito tem como justificativa o “medo de dar errado” ou
a comodidade do “deixar como está para não causar problemas”, o que não passa
de uma máscara de pseudofelicidade estável fadada ao tédio, insatisfação e
consequente infelicidade disfarçada.
Nesse ponto é que surge aquela
sensação de “eu estou bem, mas falta algo”. E falta. Falta coragem para encarar
a desestabilidade de ser feliz.
Sendo assim, o homem nunca
será feliz, por ser covarde.