quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Sobre covardia e infelicidade


Um homem nunca poderá ser completamente feliz, pois se um dia encontrar a felicidade plena, perderá a razão de ser.
O sentido da vida de um ser humano está pautado em sua eterna busca pela felicidade. Se atingir seu objetivo, sua existência perde o sentido, logo, restam apenas duas soluções: a morte ou o retorno ao estado de infelicidade. O indivíduo está, portanto, condenado a ser infeliz.
Dentro da infelicidade constante existem momentos de catarse, que podem ser chamados de “estado de euforia”. Acontece quando se alcança temporariamente algum objetivo que nos causa satisfação. Então, quando se está supostamente feliz, não houve um encontro com a felicidade de fato, mas um momento satisfatório que proporciona êxtase ao homem.
Um dos elementos considerados essenciais pelo próprio ser humano para ser feliz é a estabilidade. Busca-se estabilidade financeira, emocional, social como meio de se obter felicidade/satisfação. Nesse sentido, toda e qualquer ação que desestabilize essa homeostase comportamental é vista como ameaçadora, gerando o medo da mudança, tornando o homem covarde.
Desse modo, a relação covardia-infelicidade é mútua, onde o medo de mudar é o motor do insucesso humano. A alteração do hábito tem como justificativa o “medo de dar errado” ou a comodidade do “deixar como está para não causar problemas”, o que não passa de uma máscara de pseudofelicidade estável fadada ao tédio, insatisfação e consequente infelicidade disfarçada.
Nesse ponto é que surge aquela sensação de “eu estou bem, mas falta algo”. E falta. Falta coragem para encarar a desestabilidade de ser feliz.
Sendo assim, o homem nunca será feliz, por ser covarde.

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